Percival Puggina
O governo, por conta própria, fez tudo que estava ao seu alcance para afundar o país.
Culpado conforme as acusações, o petismo quebrou o Brasil e, em quatro anos levou junto o Rio Grande do Sul. Nenhum contador, auditor, economista, desconhecia aquilo que Sinara Polycarpo Figueiredo, assessora de investimentos do Santander, anunciou em circular a seus clientes em junho do ano passado. Aliás, o referido documento afirmava obviedades antigas, que só eram desconhecidas pelos assessores da CNBB e pelos publicitários do governo. Os primeiros emitiram, na mesma época, uma Análise de Conjuntura na qual afirmavam que a inflação estava diminuindo e que uma entidade maligna chamada mercado semeava insegurança para desestabilizar o governo. Os segundos propagavam que o Brasil era e continuaria sendo uma ilha de prosperidade, pleno emprego e desenvolvimento social. A assessora do Santander foi demitida. Os da CNBB permanecem firmes em seus postos. E os publicitários do governo? Estes aprenderam que a mentira é a própria alma de seu negócio. Afinal, é preso ao fio produzido por essas mentiras que balança e se sustenta o indescritível governo da presidente Dilma.
A
irresponsabilidade fiscal, que sempre foi bem vista pelo petismo,
quebrou o Brasil. Levou-nos ao descrédito internacional. Pôs sob risco o
grau de investimento do país. Constrangeu o governo a apresentar ao
Congresso um inédito orçamento deficitário para o ano de 2016. Com isso,
está obrigando-se a buscar novas fontes de receita (leia-se "tomar-nos
mais dinheiro pela via tributária").
Pois
é nesse contexto que eu acabo de ler, no Estadão de hoje, 4 de
setembro, que a "Petrobrás corta viagens e festas para poupar R$ 12
bilhões". No conteúdo da matéria vê-se que os cortes não atingirão
apenas viagens e festas, mas incluem, entre outros, aulas de idiomas,
brindes, programas de visitas, uso de veículos para necessidades não
operacionais, participação em congressos, seminários e fóruns. E nem uma
palavra sobre as periódicas e inúteis enxurradas publicitárias que
inundam os grandes meios de comunicação. É também nesse contexto que, no
mesmo jornal, lendo editorial com o título "O irrealismo do
judiciário", fiquei sabendo que o STJ e outros sete Tribunais Regionais
do Trabalho encaminharam ao Conselho Nacional de Justiça anteprojetos
que criam 1,5 mil cargos de natureza técnica e outro tanto em funções
comissionadas! Nada diferente dos aumentos e regalias autoconcedidos. E
nada diferente do ânimo criador de caso que tem levado a Câmara dos
Deputados a aprovar projetos que elevam sobremaneira o gasto público. O
governo, por conta própria, fez tudo que estava ao seu alcance para
afundar o país. Não precisa de sugestões nem de auxílio da oposição.
Eis
o que me leva ao título deste artigo. Beberam? Cheiraram? Não podem, as
instituições da República, estar em seu estado normal. Poupem-nos de
seu convívio. Vão se tratar e voltem quando estiverem restabelecidos.
http://www.puggina.org
Fonte: Mídia Sem Máscara
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