Jarbas Aragão
A presidente Dilma Rousseff avisou o governo de Israel neste domingo
(20), rejeitando a nomeação de Dani Dayan como embaixador. A
justificativa é que ele é um antigo dirigente colono em territórios que o
governo brasileiro acredita pertencer aos palestinos.
Dayan vive em um assentamento nos chamados “territórios ocupados”.
Por isso, os petistas entendem que ele seria o máximo representante de
um movimento que a comunidade internacional rejeita plenamente.
Como a nomeação de Dayan foi aprovada dia 6 de setembro, o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está em uma posição
delicada.
Segundo noticiou o jornal Yedioth Ahronoth,
40 movimentos esquerdistas brasileiros questionaram a nomeação do
representante israelense. Acusam-no de violar o direito internacional
nas comunidades palestinas. Alguns desses mesmo movimentos apoiam a Coreia do Norte, por exemplo.
Dayan é empresário, nascido na Argentina e tem 59 anos, tendo mudado
para Israel aos 15. É formado em Economia, tinha uma empresa de software
e foi presidente do Conselho Yesha de assentamentos judaicos na
Cisjordânia, entre 2007 e 2013.
Ele está envolvido na diplomacia pública israelense dentro e fora do
país nos últimos anos. Como lembrou o jornal israelense Yedioth, quando
se nomeia um embaixador “o governo transfere seu nome ao país”.
“A rejeição à nomeação é um fato quase insólito, embora se o país
anfitrião não o deseja, costuma enviar mensagens por canais diplomáticos
para evitar uma rejeição oficial que provoque uma crise entre os dois
países”.
Netanyahu se vê num dilema. Pode ceder e nomear outra pessoa, o que
geraria críticas dentro de Israel, ou insistir na nomeação e ver surgir
uma barreira para seu governo de maneira aberta e oficial no Brasil.
Israel considera o Brasil um país estratégico nas suas relações com a
América Latina. Além disso, no governo petista vem sendo censurado por
conta de suas políticas relacionadas ao conflito com os palestinos.
O episódio do embaixador rejeitado é mais um episódio que mostra o enfraquecimento das relações entre os dois países.
Ano passado, o Brasil condenou Israel por ter revidado os ataques
palestinos e bombardeado Gaza. Na época, o porta-voz do Ministério do
Exterior, Yigal Palmor chamou o Brasil de “anão diplomático”. Este ano, o
governo brasileiro oficialmente se negou a continuar reconhecendo Jerusalém como capital de Israel.
A postura do governo Dilma contra Israel já rendeu críticas severas
de deputados brasileiros como Marco Feliciano (PSC/SP), que assinou um
artigo onde criticava a incoerência petista. Enquanto no Brasil apoia
política e economicamente movimentos como o MST, conhecido por suas
invasões, no exterior “acostumou-se a flertar com terroristas,
ditadores, golpistas, a negociar com governos ditatoriais, dar apoio a
facínoras que investem mais em bombas atômicas do que em saúde, educação
e infraestrutura para o povo”. Com informações de Times of Israel
Fonte: Gospel Prime
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