Elwood
McQuaid
Foi
uma ocorrência um tanto estranha. A igreja estava completamente cheia, noite
após noite, para ouvir o Dr. J. Sidlow Baxter, um dos últimos grandes
pregadores que se estabeleceram nos Estados Unidos vindos do Reino Unido. Sua
mensagem era profunda em verdades bíblicas, sábia em aplicações à vida diária e
transmitida com um certo humor que tocava a vida de seus ouvintes.
As
mensagens do Dr. Baxter não continham nenhum dos elementos juvenis de entretenimento
que vemos atualmente. Portanto, o que aconteceu pareceu ainda mais estranho. Ao
redor do ministro, depois de dada a bênção apostólica, estavam, dentre todo o
povo, principalmente as crianças. Ninguém as forçou nem esperava que as
crianças fossem até ele – mas lá estavam elas, respondendo a alguma afinidade
interior por um homem que elas não conheciam. A admiração foi recíproca quando
o idoso dignitário andou até o piano para apresentar um recital improvisado
para esses jovenzinhos.
Claramente,
algumas pessoas possuem uma qualidade indefinida que atrai os outros a elas.
Jesus e as Crianças
Essa
qualidade, em sua mais pura forma, é explícita em nosso Salvador. Quando Seus
bem-intencionados discípulos repreenderam as pessoas por permitirem que as
crianças fossem trazidas a Ele, Jesus reprovou Seus discípulos: “Deixai vir a
mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus” (Mc
10.14).
Mateus
18.2 diz que Jesus, “chamando uma criança, colocou-a no meio deles”. Quando Ele
chamou a criança, parece que esta correu diretamente para Ele.
Pode-se
dizer que o magnetismo de Jesus e Sua habilidade de atrair as pessoas a Si
apareceram pela primeira vez quando Ele era bebê e foi enfaixado e colocado em
um rústico estábulo em Belém. Daquele momento em diante, Ele era Deus entre os
homens, e milhões têm vindo a Ele em uma procissão sem fim, para estarem perto
dEle. As pessoas têm estado instintivamente dispostas, como Ele as instruiu, a
se tornarem como crianças e caminharem com Ele no Reino.
Volumes
e mais volumes têm sido escritos sobre o relacionamento de nosso Salvador com
as crianças e Seu apelo inerente a elas. Não há outra personalidade na história
sobre quem isto possa ser dito em uma escala como esta. “Jesus ama os pequeninos”,
a canção de C. Herbert Woolston, é muito mais do que uma cantiga tradicional; é
uma proclamação do amor insondável de Deus e um testemunho da divina santidade
da vida.
Portanto,
quando Jesus avisou sobre as sérias conseqüências de se ofender uma criança que
crê nEle (Mt 18.6), Ele não estava simplesmente fazendo uma ameaça inútil.
Um Espírito Contrário
Embora
os milênios tenham testificado eloqüentemente que há todos os motivos para
seguirmos o Messias, o Único que pode nos proporcionar paz e vida abundante,
muitas pessoas se rebelam. Dentro de dois anos da encarnação em Belém, a
oposição surgiu.
Herodes,
o Grande, que governava aquela área, era paranóico e se aproximava da loucura
por medo de perder sua posição como rei. Determinado a não permitir que “o
recém-nascido Rei dos judeus” (Mt 2.2) crescesse para substituí-lo, Herodes
enviou executores ao vilarejo para assassinarem todos os meninos de dois anos
para baixo. O Evangelho de Mateus relaciona o acontecimento com uma profecia em
Jeremias 31.15, que previu a chacina dessas crianças inocentes:
“Então
se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias: Ouviu-se um
clamor em Ramá, pranto [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus
filhos e inconsolável porque não mais existem” (Mt 2.17-18).
Inexplicavelmente,
o impulso não-natural de abusar dos inocentes e destruir o segmento da
sociedade que Jesus atraiu a Si não diminuiu com o passar do tempo.
Um
exemplo arrepiante dessa triste verdade aconteceu em 2013 na Nigéria. Uma notória
seita islâmica radical atacou uma escola e pôs fogo nela. À medida que os
alunos corriam para fora do prédio para escaparem das chamas, os terroristas
atiravam neles e os mataram. Um total de 42 alunos e professores foram
assassinados.
Somente
na Nigéria, a mesma organização terrorista jihadista, a Boko Haram, segundo foi
reportado, chacinou 3.000 cristãos, inclusive muitas crianças – tudo em nome do
seu deus. A Boko Haram está movendo uma guerra contra cristãos que desejam
viver em paz e criar seus filhos para refletirem a imagem de Cristo.
A Guerra Contra as Crianças
As
crianças estiveram especialmente vulneráveis durante os anos das trevas do
Holocausto (1938-1945). Ironicamente, esses anos estiveram contidos em um
período de grandes avanços em virtualmente todas as áreas sociais, científicas,
médicas, acadêmicas e industriais, que vão além de tudo o que se viu
anteriormente. No entanto, dentre as 60 milhões de mortes da guerra de Adolf
Hitler para criar um Reich de mil anos havia um milhão e meio de crianças
indefesas. Bem mais de um milhão delas eram crianças judias.
A
Holocaust Enciclopedia [Enciclopédia do Holocausto] do Museu Memorial do
Holocausto dos Estados Unidos descreve o extermínio sistemático dessas
crianças:
O
destino das crianças judias e das não-judias pode ser caracterizado das
seguintes maneiras: (1) crianças que eram mortas quando chegavam aos centros de
extermínio; (2) crianças que eram mortas logo após seu nascimento ou em
instituições; (3) crianças que nasciam em guetos e campos de concentração, mas
que sobreviveram porque os prisioneiros as esconderam; (4) crianças, geralmente
com idade acima de 12 anos, que eram usadas como trabalhadores e como sujeitos
de experiências médicas; e (5) aquelas crianças que foram mortas durante as operações
de represália, também chamadas de operações “antipartisans”.
Nos
guetos, as crianças judias morriam de fome e por causa das intempéries, bem
como por falta de roupas e abrigo adequados. As autoridades alemãs eram
indiferentes a essas mortes em massa porque consideravam a maioria das crianças
menores dos guetos como improdutivas, portanto, “eram inúteis e não precisavam
comer”. Como as crianças eram geralmente jovens demais para serem empregadas em
trabalhos forçados, as autoridades alemãs geralmente as selecionavam,
juntamente com os idosos, os enfermos e os deficientes, para as primeiras
deportações até os centros de extermínio, ou como as primeiras vítimas levadas
às valas para serem mortas em massa à bala.[1]
Embora
a maior parte dos ocidentais pós-Holocausto fiquem incrédulos diante do fato de
atrocidades dessa magnitude ainda existirem, a brutalidade continua. Algumas
ações são até mesmo legalizadas em muitos países e toleradas pelos moralmente
anestesiados. De acordo com as estatísticas, milhões de bebês são abortados a
cada ano em todo o mundo.
Segundo
outra fonte, os Estados Unidos deram 239 milhões de dólares em 2011 para a
Agência das Nações Unidas para Refugiados [United Nations Relief and Works
Agency (UNRWA)], que está fazendo lavagem cerebral das crianças árabes para
odiarem Israel e o Ocidente e moldando-as para morrerem como mártires, lutando
contra os judeus. Um vídeo mostrando os esforços da UNRWA em um acampamento de
verão está disponível online.[2]
Por que o Silêncio?
Dentre
as importantes questões que não foram tratadas está a seguinte: Por que, com
todas as evidências e estatísticas em mãos, não há nenhuma indignação
perceptível?
É
certo que a população está profundamente dividida com respeito à questão do
aborto. Mas, o que se deve dizer a respeito da doutrinação das crianças árabes
para ensiná-las a odiar? E sobre a carnificina dos cristãos e seus filhos em
países muçulmanos?
O
ataque aos cristãos na Nigéria não foi um acontecimento único. A violência
selvagem contra os cristãos é cometida dia após dia em muitos países. Contudo,
ninguém parece se preocupar.
Funcionários
do governo e jornalistas conhecidos estão completamente em silêncio. Como quase
todas essas atrocidades são perpetradas pelos jihadistas islâmicos radicais,
muitos afirmam que preferem o silêncio a excitar as sensibilidades dos
muçulmanos. Esse pode ser o caso. No entanto, os crimes contra a humanidade
estão sendo cometidos à nossa volta. Os muçulmanos cumpridores da lei não são o
problema. Eles, dentre todas as pessoas, deveriam estar falando contra os
elementos que corrompem a maneira deles viverem.
Os
cristãos no Ocidente também devem ser considerados. Embora haja notáveis
exceções, muito pouco tem sido dito sobre a perseguição aos cristãos a partir
dos pódios e púlpitos das igrejas.
Quem Chora Pelas Crianças?
Jesus
parou do lado de fora de Sua amada cidade de Jerusalém e chorou por causa das
calamidades que Ele sabia que recairiam sobre ela, como resultado das decisões
que estavam sendo tomadas ali. Geralmente, à luz da aparente degradação e
desintegração da nossa cultura e do desmedido avanço da impiedade, expressamos
justificável preocupação com o futuro da nossa nação. Como será a vida para
nossos filhos e netos?
Forças
poderosas estão fazendo todo o possível para remover a mão de Deus da nossa
terra. Devemos agora nos perguntar se temos entrado em uma era “icabode”, na
qual “a glória se foi”. Em outras palavras, será que Deus já retirou Sua mão de
nós? Se já, temos motivo legítimo para chorar por nossas crianças, como Raquel
nos tempos antigos.
Contudo,
a história ainda não acabou. O primeiro capítulo foi escrito em um estábulo em
Belém, quando Deus entrou no tempo na pessoa de Jesus de Nazaré. Por mais de
2.000 anos, Jesus tem cumprido a promessa de trazer vida, paz, amor e alegria a
todos que nEle crêem.
Sejam
quais forem as mudanças na paisagem política, social e moral, Jesus ainda
cumpre Suas promessas. E algum dia, o segundo capítulo será escrito, quando
Jesus cumprirá outra promessa: “Voltarei” (Jo 14.3). Ao que dizemos de todo o
coração: “Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20). (Elwood McQuaid — Israel My Glory — Chamada.com.br)
Notas:
“Children During the Holocaust” [As Crianças Durante o
Holocausto], Holocaust Encyclopedia, United States Holocaust Memorial Museum, www.ushmm.org/wlc/en/article.php?ModuleId=10005142.
“Exclusive–Video: Palestinian Children Indoctrinated
Against Israel, Jews at UNRWA Summer Camp” [Exclusivo – Vídeo: Crianças
Palestinas Doutrinadas Contra Israel e os Judeus no Acampamento de Verão da
UNRWA], 9 de agosto de 2013, http://www.breitbart.com/national-security/2013/08/09/exclusive-video-palestinian-children-indoctrinated-against-israel-jews-at-summer-camp.
Fonte:
Chamada da
Meia-Noite
Divulgação: Júlio Severo
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