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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sete princípios cristãos para uma política realista

Estamos em um mundo caído. As coisas não são como deveriam ser. A utopia não é possível.
Portanto, as decisões políticas devem lidar com o equilíbrio, pesando os prós e contras das várias políticas.

A Bíblia é um livro grande, de modo que há uma série de coisas que podem ser ditas no esforço de formar uma visão política de mundo a partir dos princípios bíblicos. Mas isto aqui é um blog, não um livro. Então deixe-me tomar apenas uma área doutrinária e destrinchar algumas implicações possíveis.

Creio que nossas mais importantes considerações políticas nascem de uma compreensão apropriada da pessoa humana. Quanto mais nossos políticos e instituições políticas agirem em acordo com o modo como as coisas realmente são e o modo como nós realmente somos, mais cresceremos como nação.

Considere estes princípios antropológicos à medida que desenvolve sua práxis política:
  1. O homem é feito à imagem de Deus (Gn 1.26-27). Não importa quão pequeno, frágil, velho ou deficiente, todo ser humano tem valor e dignidade. O governo deve proteger a vida humana e punir aqueles que a prejudicam (Rm 13.4; Gn 9.6);
  2. O homem é feito para o trabalho (Gn 2.15). Devemos maximizar os incentivos ao trabalho árduo e remover os incentivos que encorajam a preguiça (2Ts 3.6-12);
  3. A parte própria do ser humano, da qual Deus não compartilha, é que estamos sujeitos às devidas autoridades. Isso inclui a sujeição ao governo e a exigência de pagar impostos (Rm 13.1-7);
  4. Os seres humanos são motivados pelo interesse pessoal. Jesus compreendia isto quando nos disse para amar ao próximo como já amamos a nós mesmos (Mt 22.39). Interesse pessoal não é automaticamente o mesmo que avareza ou ganância, e essa é a razão porque Jesus não hesitou em motivar os discípulos com a promessa de serem os primeiros ou com a garantia de recompensa (Mt 6.19-20; Mc 10.29-31). É preciso dizer que nosso interesse pessoal nem sempre é virtuoso. A obra do evangelho é ensinar às pessoas como esse interesse pessoal (satisfação) pode casar com o interesse de Deus (glória). Mas as melhores políticas são aquelas que podem solapar o poder do interesse pessoal em favor de um bem maior;
  5. Os seres humanos não são apenas consumidores do planeta; também somos também criadores. O mundo físico é uma dádiva e uma ferramenta. Temos a capacidade de espoliar, mas também a responsabilidade de subjugar (Gn 1.28);
  6. Por causa do pecado de Adão, estamos em um mundo caído (Rm 5.12; 8.18-23). As coisas não são como deveriam ser. A utopia não é possível. Portanto, as decisões políticas devem lidar com o equilíbrio, pesando os prós e contras das várias políticas. Não podemos eliminar as realidades de viver em um mundo caído (Jo 12.8), mas boas políticas podem ajudar a mitigar algumas dessas piores realidades;
  7. A natureza humana é inclinada para o mal (Gn 6.5; Jr 17.9). Isso significa que não podemos contar com a boa vontade dos outros ou das outras nações, não importa quão bem intencionados possamos ser ou o quanto cuidemos apenas daquilo que é da nossa conta. A questão não é de onde virá a guerra. Ela deve ser esperada, dada a nossa natureza. A questão é saber quais instituições e políticas são mais efetivas em estabelecer a paz.
É claro que há mais coisas que poderíamos dizer sobre a natureza da liberdade, a importância da justiça, e o direito à propriedade privada. Esses são três temas bíblicos cruciais. Mas os sete princípios acima podem nos ajudar a começar a compreender o mundo, tomar decisões no mundo, e eleger políticos que entendam o modo como o mundo funciona.

Fonte:
Christian Principles for Realistic Politics


Tradução: Márcio Santana Sobrinho


Divulgação: Mídia Sem Máscara

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